Pela passagem dos 45 anos do Massacre de Wiriyamu
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, dirigiu, no passado dia 16 de Dezembro, um comício popular, sobre a passagem dos 45 anos do Massacre de Wiriyamu, no povoado do mesmo nome e sede da Localidade de Muchenga, Distrito de Changara. As celebrações iniciaram com a cerimónia tradicional, seguida da deposição de uma coroa de flores, no monumento dos martires de Wiriyamu ora requalificado, visita a vala comum e culminou com um comício popular.
Discursando aos populares, o Presidente da República disse que com esta acção não se pretende reacender rancores, muito menos provocar mágoas e lágrimas, mas sim trazer ao conhecimento de todos a dimensão e a essência da nossa moçambicanidade, os factores que permitem compreender o nosso presente e o custo real da liberdade. “Esta pátria deve ser defendida, porque custou sangue e sacrifício de homens e mulheres honestos e leais a ela”, frisou
O massacre de Wiriyamu aconteceu numa altura em que a guerra para a libertação, desencadeada pela geração de 25 de Setembro, entrava na sua fase decisiva. O avanço prodigioso dessa luta deveu-se ao envolvimento de todos os moçambicanos, desde o campo, passando pelas vilas até as cidades.
Nyusi disse ainda que no campo de avanço impetuoso da luta de libertação, que o regime colonial recorreu a novas tácticas para travar acção da guerrilha e criou um grupo especial, fixando as populações em campos de concentração e eliminando massivamente os suspeitos de colaborar com os guerrilheiros da Frelimo. E foi desta forma que se multiplicaram os ataques, desde Abril de 1971, e no dia 16 de Dezembro de 1972 deu-se o fatídico massacre de Wiriyamu, onde foram assassinadas cerca de 400 pessoas. “Podemos até perdoar, mas esquecer não”, concluiu Filipe Nyusi.
Para o Chefe de Estado o monumento de mártires de Wiriyamu simboliza também os vários actos bárbaros que foram praticados contra o povo moçambicano nos vários canto do país, como o acontecimento de Mueda, em 1960, onde milhares de pessoas, numa manifestação, revindicavam apenas a liberdade e foi brutalmente reprimida e centenas de cidadãos massacrados, e mais outro, como de Chawola, Juwau, Daque, Marque e Inhaminga.
Texto: ICS.